Com o
crescimento da urbanização, a demanda por habitação e infraestrutura também
cresce. Contudo, as edificações são responsáveis por uma parcela importante de
emissão de CO2 e
consomem um volume muito grande de energia durante seu ciclo de vida, que
abrange as etapas de produção, construção, operação e demolição.
A construção sustentável é um
conceito que denomina um conjunto de práticas adotadas antes, durante e após os
trabalhos de construção com o intuito de obter uma edificação que não agrida o
meio ambiente, com melhor conforto térmico sem a necessidade (ou com
necessidade reduzida) de consumo de energia e que melhore a qualidade de vida
dos seus moradores/usuários, além de utilizar materiais e técnicas que garantam
uma maior eficiência energética.
A idéia da construção sustentável não é
assim tão nova, mas como quase tudo, demorou um pouco para chegar por aqui.
Países como EUA, Japão e os da Comunidade Européia já criaram inclusive
incentivos para os empresários ou pessoas comuns que optem por construções
ecologicamente corretas. E, mesmo aqueles que não dispõem de tanto capital para
investir em uma nova casa podem aproveitar incentivos para a realização de
pequenas reformas. Os principais incentivos ainda são para o campo da redução
do consumo de energia.
Há nove passos para a
construção sustentável:
* o planejamento da obra de forma sustentável;
* o aproveitamento dos recursos naturais disponíveis (ventilação e luminosidade
naturais, por exemplo, ao invés de ar condicionado e iluminação artificial
durante o dia);
* eficiência energética;
* gestão e economia de água;
* gestão de resíduos;
* qualidade do ar e ambiente interior;
* conforto térmico e acústico;
* uso racional dos materiais;
* uso de tecnologias e produtos que não agridam o meio ambiente.
Uma edificação sustentável começa antes
mesmo da construção com a escolha de materiais menos agressivos, duráveis e que
exijam o mínimo de impacto possível para sua obtenção. Aqui pode ser considerada
a utilização de materiais reciclados como matéria prima que podem ser
classificados em dois tipos: pós-industrial, quando o material reciclado é
proveniente de resíduos industriais e pós-consumo. Este é o caso de tijolos,
madeira e outros entulhos provenientes de demolições que podem ser aproveitados
na construção ou reciclados e transformados em outros materiais como o concreto
feito de cinzas de chaminés.
Junto com a escolha dos materiais
corretos é necessário que se verifique os fornecedores para garantir que tenham
procedência ambientalmente segura, principalmente quando se tratar de madeira.
Ainda na fase pré-construção, deve ser
analisado o ciclo de vida do empreendimento e dos materiais usados, o estudo do
impacto ambiental da construção, um planejamento da gestão dos resíduos que
serão gerados e melhor forma de utilização do material, além do que a planta
deve ser planejada de modo que aproveite o máximo possível dos recursos
naturais disponíveis (como ventilação e luminosidade natural) e promova a
redução do consumo de energia e água através do reuso e implantação de formas
alternativas de energia como a energia solar, a energia eólica e etc.
Durante a construção devem ser adotados
cuidados para evitar o desperdício de materiais e se reaproveitar o máximo
possível. O que além de gerar ganhos ambientais com minimização do uso de
matérias-primas ainda gera ganhos econômicos para o dono da obra que
economizará com materiais.
Quando finalizada a obra devem ser
observados os cuidados necessários à destinação dos resíduos da construção e em
todas as etapas devem ser utilizados materiais não tóxicos. Alguns dos materiais “condenados”
por qualquer padrão de construção sustentável são: amianto, chumbo e alumínio.
Logo, construção sustentável é:
• Aquela que, com especial respeito e compromisso com o Meio
Ambiente, implica no uso sustentável da energia. [Casado];
• Aquela que reduz os impactos ambientais causados pelos processos
construtivos, uso e demolição dos edificios e pelo ambiente urbanizado
[Lanting];
• Um sistema construtivo que promove alterações conscientes no
entorno, de forma a atender as necessidades de habitação do homem moderno,
preservando o meio ambiente e os recursos naturais, garantindo qualidade de
vida para as gerações atuais e futuras [IDHEA].
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